Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sábado, 30 de junho de 2012

Neste Mundo Damos Aos Rostos a Dimensão E Forma Que Queremos

Todos nós vivemos em dimensões que nos são próprias.
Descobri hoje uma poetisa que tem a dimensão
de Melo Breyner.
Nela encontrei a dimensão perfeita que alcançam os meus olhos.
A dimensão da poetisa e do poeta,
dessas pobres criaturas que vivem em dois mundos:
um, simples, mas rude, tão vazio de impressões;
outro, complicado, mas afável, tão cheio de ilusões.

Descobri-a através do olho dos poemas,
desses fala baratos que apresentam
a meteorologia da alma,
e desvendam mistérios e tempestades perfeitas.
E como é revelador este um,
dentro muito outros de outro mundo,
este poema incógnito de nome interdito:

«Quantas pessoas caminham na
minha direcção? Quantas me
descobrem por entre a multidão
e pousam os seus olhos inteiros
nos meus olhos? Podia acreditar

que entre eles está o homem que 
trocaria comigo os dedos sobre a 
mesa, uma palavra que fosse gomo
de laranja e poema, o corpo acesso

sob o lençol cansado de mais um
dia. Mas quantos destes rostos de
pedra que me cercam escondem o
seu pelas ruas desta tarde? Quantos
nomes de acaso e de silêncio terei
eu de escutar para descobrir o seu

no meu ouvido? Quantas pessoas
caminham contra mim?»
(MRP; Nenhum Nome Depois; 2004)  



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